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sexta-feira, 29 março 2024

Consultório na Rua amplia acesso de população de rua a serviços de saúde

Pessoas em situação de rua tiveram o acesso a serviços de saúde ampliado a partir do vínculo estabelecido com as equipes multiprofissionais do Consultório na Rua. De acordo com o balanço da Secretaria Municipal da Saúde, de janeiro a dezembro de 2015, 1.441 moradores de rua receberam os cuidados dos profissionais, com aproximadamente 18,5 mil procedimentos prestados ao longo do ano. A atenção dada pelos servidores da Secretaria Municipal da Saúde a essas pessoas abre portas para que elas recebam atendimento médico, de enfermagem, odontológico e psicossocial e sejam cadastradas e acompanhadas por unidades de saúde. Além disso, a parceria com a Fundação de Ação Social (FAS) permite que o trabalho de acolhimento e reinserção social seja mais amplo e com maior possibilidade de sucesso.

As atividades do Consultório na Rua começaram em agosto de 2013 em Curitiba. Desde então, cerca de 2,9 mil pessoas em situação de vulnerabilidade social foram atendidas e cerca de 30 mil procedimentos e encaminhamentos conduzidos. Quatro equipes percorrem todos os bairros da cidade em uma ambulância para se aproximarem dos moradores de rua. A ronda é feita de segunda a sexta-feira, das 9 às 22 horas, e passa por locais que costumam concentrar essa população.

Os profissionais do programa – médicos, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais, dentistas, técnicos de enfermagem e auxiliares de saúde bucal – dão atenção a toda a população de rua, fazendo consultas, curativos, atividades coletivas e encaminhando as pessoas para serem atendidas em outros serviços sociais e de saúde. Neste ano, além disso, testes rápidos para o diagnóstico de HIV, hepatites B e C e sífilis começaram a ser feitos em um trailer, que fica à disposição da população no Largo da Ordem (segunda-feira), Terminal do Boqueirão (terça-feira), Praça Rui Barbosa (quarta-feira) e Terminal do CIC (quinta-feira). Ao todo, foram realizadas 2.662 testagens rápidas. Os casos reagentes foram encaminhados aos serviços de referência para tratamento.

Vínculo

Simpatia e um bom papo fazem parte da abordagem. Essa aproximação diferenciada faz com que a dúvida e o receio deem espaço para uma relação aberta, baseada na confiança, que é construída com o tempo. “Assim que a população em situação de rua entende que somos uma equipe de saúde, sem preconceito à situação em que se encontram, permite que a gente se aproxime, estabeleça uma relação de confiança e ofereça cuidados diversos”, afirma a coordenadora do Consultório na Rua, Adriane Wollmann.

A partir desse contato, os moradores de rua são atendidos e podem ser encaminhados para diversos serviços de saúde e de outras secretarias, como unidades de saúde, hospitais, Centros de Atenção Psicossocial (Caps), defensoria pública, Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas), Centros Pop, unidades de acolhimento e abrigos. “Isso é possível com um trabalho intersetorial feito com a participação de outros atores importantes nesse processo de reinserção social. A parceria com a FAS e outras secretarias é fundamental para a efetivação de novas possibilidades de vida para essa população. É um trabalho que requer esforço e persistência”, considera o secretário municipal da saúde, César Monte Serrat Titton.

Tuberculose

Outra frente importante do Consultório na Rua é o tratamento de pessoas com tuberculose. Ao longo de 2015, 44 moradores de rua com a doença foram acompanhados pelas equipes de saúde e terminaram o tratamento. “O tratamento de tuberculose é trabalhoso porque requer que o paciente seja medicado por meses e, algumas vezes, encontrar essas pessoas na rua não é tarefa fácil”, explica Adriane.

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EDIÇÃO IMPRESSA Nº 116 | MARÇO/2024

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