26 C
Curitiba
terça-feira, 16 abril 2024

Cuidados com Aedes aegypti devem ser mantidos mesmo em temperaturas amenas

A chegada do outono e a queda da temperatura não eliminam a necessidade de toda a população manter os cuidados semanais de combate ao mosquito Aedes aegypti – transmissor da dengue, zika e chikungunya. A mudança climática impacta no metabolismo do inseto, reduzindo a sua atividade reprodutiva e fazendo com que a postura de ovos também seja menor. Porém, não é hora de descuidar.

“Pensando já no próximo verão, precisamos aproveitar esse momento de trégua para intensificarmos nossas ações e eliminarmos todos os possíveis focos do mosquito”, afirma a coordenadora do Centro de Operações Especiais em Saúde (Coes), Juliane Oliveira. A médica infectologista ressalta ainda que, com vírus circulantes e a presença de mosquitos na cidade, o risco de transmissão das doenças se mantém e as pessoas devem preservar os cuidados para não serem picadas pelo inseto.

O último informe de monitoramento da dengue, zika e chikungunya em Curitiba, divulgado na tarde desta quinta-feira (31), traz 362 casos confirmados de dengue (357 importados e cinco autóctones), dois óbitos por dengue (casos importados da doença), 36 episódios de zika (31 importados e cinco autóctones) e nove casos de chikungunya (todos importados). Ao todo, foram localizados 208 focos de Aedes aegypti em Curitiba neste ano.

A bióloga Tatiana Robaina, do Programa Municipal de Controle do Aedes, explica que temperaturas abaixo de 17°C já trazem alterações para o metabolismo do inseto e, consequentemente, fazem com que diminua a quantidade de mosquitos, larvas e ovos no ambiente. “Mas, é preciso lembrar que há estudos que revelam que os ovos do mosquito podem sobreviver por até 450 dias antes de entrar em contato com a água, eclodirem e darem origem a um novo mosquito”, conta.

Ela também desmistifica que o frio mata o mosquito. “O frio intenso e duradouro, como uma sequência de dias de geada, até pode fazer com que os embriões do mosquito morram. Mas não podemos contar com essa sorte, porque cada organismo tem uma resistência diferente e os ovos podem estar abrigados em um recipiente térmico”, pondera Tatiana.

Atenção

Para combater o Aedes aegypti é preciso cuidar de espaços e eliminar objetos que sirvam de depósito para água e tornem-se criadouros para o mosquito. Entre os cuidados – que devem ser repetidos todas as semanas – estão: manter a caixa d’água fechada; limpar calhas, removendo folhas, galhos e outros objetos que possam impedir a passagem da água; escoar a água da laje; tratar ralos pouco usados com um pouco de água sanitária; encher os pratinhos dos vasos com areia; guardar garrafas vazias de cabeça para baixo; e manter pneus em locais cobertos. “Não é apenas o simples ato de secar os reservatórios que impedirá o mosquito de se reproduzir. É necessário passar uma esponja ou escova em todos os recipientes para destruir os ovos”, alerta a bióloga.

Relacionados

EDIÇÃO IMPRESSA Nº 116 | MARÇO/2024

spot_img

ÚLTIMAS NOTÍCIAS