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quinta-feira, 28 março 2024

Nova Via Calma começa a ser implantada nas avenidas João Gualberto e Paraná

Curitiba vai ganhar uma nova Via Calma, agora nas avenidas João Gualberto e Paraná, que passarão a ser espaços compartilhados entre ciclistas e motoristas, com velocidade máxima de 30 quilômetros por hora e prioridade para a bicicleta. As obras de preparação para a implantação da estrutura cicloviária começam nesta quarta-feira (03), com trabalhos de fresagem, para posterior implantação de capa asfáltica, pintura e sinalização das vias.

As obras foram divididas em quatro lotes e deverão ser concluídas em até cinco meses. O lote 1 compreende o trecho entre a Rua Presidente Faria e Travessa Luthero; o lote 2 vai da Travessa Luthero até a Rua dos Funcionários;  o lote 3, da Rua dos Funcionários até a Rua João Havro e o lote 4, da Rua João Havro à Rua Mascarenhas de Moraes.

A nova Via Calma vai ligar a região central de Curitiba ao terminal do Santa Cândida, criando mais um opção de deslocamento seguro para os ciclistas. “Ela segue o mesmo modelo adotado na Avenida Sete de Setembro. Estamos criando condições para tirar o ciclista da canaleta e dando a ele espaço prioritário, junto da via. Com a implantação de sinalização cicloviária, as vias lentas (laterais da canaleta do transporte coletivo), passam a ser vias calmas”, explica o assessor da Coordenação de Mobilidade Urbana da Setran, Jorge Brand, o Goura.

De acordo com Antonio Miranda, coordenador da Área de Ciclomobilidade do Ippuc, a nova Via Calma é mais um passo do projeto de humanização do trânsito da cidade de Curitiba. “Trata-se de algo inédito no Brasil, tanto que o novo Manual do Conselho Nacional de Trânsito irá incorporar os conceitos da bicicaixa (área junto ao semáforo para a parada de bicicletas, à frente dos demais veículos) e da própria Via Calma, regulamentando nacionalmente seu funcionamento, de acordo com o que Curitiba já implantou”, afirma. Ele informa que o Ippuc fez pesquisas antes e depois da implantação da Via Calma da Avenida Sete de Setembro, confirmando que o trânsito se tornou muito melhor e mais seguro nessa via.

Um indicativo disso é a utilização da via por ciclistas. “Pesquisas mostraram que 80% dos ciclistas já saíram da canaleta e estão utilizando a Via Calma”, informa Goura.

“A implantação das Vias Calmas representa o aperfeiçoamento do sistema trinário, criado e implantado pelo Ippuc na década de 1970”, diz o presidente do Ippuc, Sérgio Póvoa Pires. Ele lembra que além de criar novas rotas cicloviárias, as vias calmas beneficiam os pedestres, que podem se deslocar com mais tranquilidade e segurança. Já os motoristas dos veículos, além de trafegarem sobre uma via aperfeiçoada, com as correções necessárias e pista em excelentes condições, também têm o benefício de circular por um local que, em função da baixa velocidade, é muito mais seguro.

“É preciso lembrar ainda que existe uma tendência mundial de aumento do número de deslocamentos por bicicletas, e isso é bom para todo mundo, inclusive para os motoristas, pois cada bicicleta a mais nas ruas significa um carro a menos no trânsito”, afirma Pires.

O projeto

Conforme o projeto da Via Calma da Avenida Paraná/João Gualberto, as pistas lentas vão receber obras de fresagem e recape asfáltico que beneficiarão não somente os ciclistas, mas também os motoristas que terão vias com asfalto novo para transitarem. Haverá também a retirada de algumas vagas de estacionamento de Estar (Estacionamento Regulamentado) entre a Travessa Itália e a Rua Luiz Leão, mas apenas no sentido bairro-centro. No local serão mantidas duas pistas de circulação para veículos.

Com a conclusão da obra, Curitiba vai ganhar uma importante conexão de uso compartilhado para a região norte, que passará ainda por três terminais do transporte coletivo (Cabral, Boa Vista e Santa Cândida), o que reforça a ideia de um sistema multimodal na cidade.

O prazo para o término das intervenções na Via Calma é de até 150 dias, mas varia de acordo com o lote de obras.

Como funcionam as Vias Calmas

As vias calmas são estruturas cicloviárias instaladas ao longo das vias que comportam as canaletas dos ônibus biarticulados e são ladeadas por duas vias lentas com sentidos opostos de tráfego. Têm o propósito de harmonizar e facilitar o deslocamento intermodal.

Nas vias calmas, os ciclistas passam a transitar exclusivamente pelo lado direito da via (nos dois sentidos), sobre área demarcada em linha tracejada. A via é compartilhada entre veículos motorizados e bicicletas, com prioridade para os ciclistas. A velocidade máxima permitida para carros e motos é de 30 km/hora. Para tanto, é implantada ampla sinalização horizontal e vertical. Os ônibus permanecem circulando nas canaletas exclusivas.

Bicicaixas

Instaladas nos cruzamentos, as bicicaixas criam uma área especial de parada para bicicletas nos semáforos, entre a faixa de pedestres e a área de veículos motorizados. Dessa forma, protegem e priorizam os ciclistas quando abre o sinal. Também garantem mais segurança aos ciclistas nos cruzamentos e asseguram a prioridade para as bicicletas na realização de conversões.

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EDIÇÃO IMPRESSA Nº 116 | MARÇO/2024

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