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quinta-feira, 28 março 2024

Polícia prende quadrilha suspeita de 22 assaltos a bancos e caixas eletrônicos

Uma quadrilha suspeita de praticar 22 roubos a bancos e caixas eletrônicos foi presa na manha desta quinta-feira (21) durante a Operação Cangaço, deflagrada pelo Departamento de Inteligência do Estado do Paraná (Diep), com apoio das polícias Civil e Militar. A última ação do grupo criminoso aconteceu na segunda-feira (18) na cidade de Curiúva.

A operação teve como objetivo cumprir 22 mandados de prisão e outros 44 de busca e apreensão. O balanço final foi de 21 suspeitos presos, entre eles um funcionário público da Prefeitura de Ortigueira. Ele é suspeito de operar as máquinas retroescavadeiras em um dos assaltos. Fabiano de Jesus Pereira Ortis, 27 anos, considerado um dos líderes da quadrilha, foi morto durante a operação. Ele reagiu à presença da equipe, foi baleado e encaminhado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Com ele, os policias apreenderam uma metralhadora e uma pistola .40.

Além de Ortigueira, a operação aconteceu em Telêmaco Borba, Imbaú, Faxinal, Lerroville, Mauá da Serra e Londrina. De acordo com o balanço da ação, foram apreendidas 15 armas, sendo uma submetralhadora, além de pistolas calibre 12 e 40. Também foram retirados de circulação drogas, carros, munições, farda camuflada, balança de precisão, uma grande quantidade de cigarro, celulares, pendrive, máscaras e computadores.

“Esse tipo de ação criminosa, organizada, armada e violenta, deve ser combatida com prioridade pela Segurança Pública do Paraná, até pelo trauma que causa à sociedade. Somente com ações integradas, no modelo de força-tarefa, com suporte dos órgãos de inteligência, será possível alcançar o resultado positivo, como este da Operação Cangaço”, disse o secretário da Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita.

Parte desta quadrilha foi presa em 12 de setembro de 2015, na BR 277, em São José dos Pinhais, onde os suspeitos repassavam fuzis para outros integrantes da organização criminosa. Dez pessoas foram presas e o líder do bando, Amaral Ferreira Americano, de 36 anos, morreu após trocar tiros com os policiais.

Dentro da quadrilha, Amaral era quem sabia manusear explosivos. Após a morte dele, o bando começou a diversificar o modo de agir passando a usar, por exemplo, retroescavadeiras para destruir as agências bancárias e roubar o cofre. Uma característica marcante desta organização criminosa é a violência empregada em algumas ações como em Curiúva e Tamarana.

“Nesta operação fica evidenciado o esforço integrados dos órgãos da Segurança Publica do Estado, honrando o compromisso do governo com um Paraná seguro”, falou o comandante-geral da Polícia Militar, Coronel Mauricio Tortato.

Durante a investigação, a equipe do Diep constatou que este grupo criminoso pode ter roubado quase R$ 4 milhões das instituições bancárias. Em algumas cidades, os bandidos roubaram mais de um banco e até uma agência dos Correios. Os suspeitos são acusados de crimes como associação criminosa, roubo, furto, tentativa de homicídio, cárcere privado, porte ilegal de arma de fogo de calibre restrito, receptação, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e contrabando.

Para o delegado-geral da Polícia Civil, Julio Cezar dos Reis, a ação coordenada pelo Departamento de Inteligência do Estado do Paraná (Diep), desarticulou uma grande quadrilha que atuava na região.

“Através de várias informações trocadas entre policias civis e militares, conseguiram identificar e prender, e tirar de circulação, mais uma quadrilha especializada em roubo que vinha aterrorizando os moradores do Paraná. Esta operação é uma resposta da Segurança Pública para a sociedade”.

COMO FOI A AÇÃO – A Operação Cangaço teve inicio após o assalto a uma agência bancária na cidade de Borrazópolis quando dezenas de pessoas foram feitas reféns, numa modalidade criminosa conhecida como cangaço, até então inédita no Paraná. A partir daí, policiais civis e do Serviço Reservado do 5º Batalhão de Polícia Militar iniciaram a investigação e concluíram que esta quadrilha efetuou 22 roubos a banco.

A operação reuniu mais de 200 policiais militares e civis das mais diferentes unidades de segurança como Cope (Centro de Operações Policiais Especiais), Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), Rotam (Rondas Ostensivas Tático Movél), BPMOA (Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas), Choque e Denarc (Divisão Estadual de Narcóticos), policiais civis das subdivisões de Londrina, Apucarana e da Delegacia de Ortigueira e policiais militares do 5° Batalhão de Polícia.

A ação foi batizada como “Cangaço” numa alusão ao período de banditismo brasileiro ocorrido no Nordeste do Brasil – na época, liderado por Lampião. Mas, ao invés de andar pelas cidades em busca de justiça e vingança, as organizações criminosas hoje chegam às cidades e cometem crimes como roubo a banco.

Vinte e dois bancos e uma agência dos correios foram assaltados pela quadrilha em 16 ações:

Ortigueira:

28/03/2015 – Banco Bradesco

31/07/2015 – Sicredi e Itaú

10/11/2015 – Itaú

28/12/2015 – Bradesco

Rosário do Ivaí:

04/11/2015 – Bradesco

22/11/2015 – Bradesco e Correios

Reserva:

10/06/2015 – Banco do Brasil

08/10/2015 – Banco do Brasil

15/10/2015 – Bradesco

Imbaú:

03/06/2015 – Banco do Brasil e Bradesco

Rio Bom:

29/04/2015 – Banco Itaú

São Pedro do Ivaí:

06/06/2015 – Banco do Brasil e Bradesco

Tibagi:

03/07/2015 – Banco do Brasil

Borrazópolis:

15/07/2015 – Banco do Brasil e Sicredi

Tamarana:

12/12/2014 — Itaú e Bradesco

Ponta Grossa:

26/08/2015 – shopping Palladium

Curiúva:

18/01/2016 – Itaú

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EDIÇÃO IMPRESSA Nº 116 | MARÇO/2024

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