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quinta-feira, 28 março 2024

Reforço de quatro patas auxilia nas ações da Guarda Municipal

Agilidade. Visão apurada. Foco no resultado. Sempre alerta. Calma em momentos de tensão. Defesa do cidadão. As características do trabalho diário da Guarda Municipal de Curitiba se aplicam também a uma equipe especial que integra a corporação: os animais do Grupo de Operações com Cães (GOC), que prestam apoio as mais variadas ações dos guardas.

Os 12 cachorros do GOC são das raças pastor belga malinois, labrador, golden retriever e rotweiller, reconhecidas pela inteligência e facilidade de aprendizado. “Hoje, os cães que atuam com nossos guardas bem preparados são um diferencial em operações especiais, principalmente para encontrar entorpecentes, armas e munições em locais de busca, praças, parques e ruas”, afirma o secretário de Defesa Social e Trânsito, Guilherme Rangel.

Os cães são utilizados na maioria das operações especiais, uma vez que o faro apurado e o treinamento são imprescindíveis para localizar drogas em meio a barro, em vãos de portas e janelas, em plantações e escondidas dentro dos mais variados objetos.

Para ter efetividade nos resultados, mais do que o faro aguçado, os cachorros passam por um treinamento constante. Assim, desenvolvem as habilidades necessárias para as tarefas de patrulhamento e de localização de drogas, armas, munições e, até, explosivos. “Começamos a identificar quais cães têm potencial para a tarefa policial a partir dos quatro meses de idade do animal”, conta o supervisor Antônio Carlos Flausino, integrante do GOC.

A preparação segue etapas para o desenvolvimento pleno dos animais para o trabalho. Há os cães já formados e animais em treinamento, que usam uniforme de “estagiário” enquanto se preparam para assumir o “cargo” na corporação, no canil da Guarda Municipal, localizado no Parque dos Tropeiros, na CIC.

“São várias as fases de treinamento. A fase inicial leva de quatro a seis meses, dependendo da resposta dada pelo animal que, ao encontrar o entorpecente, manifesta-se arranhando, sentando e latindo, até receber uma recompensa, que geralmente é a bolinha ou algum outro brinquedo”, explica Flausino.

O treinamento inclui os guardas que trabalham junto com os cães, para que haja entendimento entre eles na hora de uma operação.

Função social
Também são desenvolvidas diversas atividades de aproximação da Guarda Municipal com a comunidade, além da cinoterapia, que auxilia no tratamento de pessoas com necessidades especiais. A cinoterapia é um recurso alternativo, com o objetivo de complementar o tratamento do paciente, por meio do contato com o animal e a expressão da afetividade.

Com a orientação de uma fisioterapeuta da Prefeitura, semanalmente os cachorros desenvolvem atividades com duas pacientes. Uma delas, cadeirante, tem 17 anos e foi atropelada há dois anos, perdendo o movimento das pernas. “A tentativa de escovar o cachorro e de jogar a bolinha estimulam habilidades motoras, cognitivas e sociais, e já é possível notar melhoras nos movimentos do paciente”, aponta Flausino.



Esse trabalho é desenvolvido por três dos cães: a labradora Hannah, o golden retriever Happy e o pastor malinois Taz. “Para nós, é uma satisfação imensa trabalhar com estes animais que prestam serviço nas nossas operações, junto a outras forças policiais e a toda a sociedade de Curitiba”, diz Flausino.

Relação familiar e aposentadoria
A aptidão dos cães para o serviço da Guarda Municipal é repassada às novas gerações. Vários deles fazem parte de uma mesma família, como é o caso de do pastor belga Thor, pai de Lesthat e da Sheeva (especializada na captura de foragidos da Justiça), e do pastor Colt, que é pai de Zafira, Taz e Tróia. Já os rottweilers Freddy e Zulu (pai e filho) são utilizados de forma esporádica, para contenção de conflitos em presídios, por exemplo.

Com oito anos de idade, a labradora Hannah está se aposentando. Ela será doada para uma família conhecida dos guardas. “A Hannah já tem direito a se aposentar e fomos em busca de um novo lar para ela. Criamos um vínculo forte com os animais, então quando eles deixam a corporação, fazemos questão de saber que continuarão com pessoas de confiança e que vão tratá-los bem”, diz Flausino.

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EDIÇÃO IMPRESSA Nº 116 | MARÇO/2024

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