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quinta-feira, 28 março 2024

Votos que seriam de Lula engordam a soma de brancos e nulos

Se as eleições fossem hoje e o ex-presidente Lula fosse candidato, seria dele a faixa presidencial passada por Michel Temer em 2019. Mas se o líder do PT tiver mesmo sua candidatura impugnada, seus votos migram, em grande parte, para a caixa de brancos e nulos. Diante isso, o deputado federal Jair Bolsonaro, do PSL do Rio de Janeiro, e a ex-senadora Marina Silva, da Rede, se encaram como os presidenciáveis com chances de vitória nas eleições de outubro. Estes cenários fazem parte do resultado da pesquisa CNT/MDA, divulgada nesta segunda-feira em Brasília.

A menos de cinco meses das eleições presidenciais, ainda é indefinido o esboço da disputa eleitoral de outubro. Ao contrário da polarização entre PT e PSDB que marca as eleições desde 1994, esta será a primeira vez depois de quase 30 anos que a pulverização de candidatos torna praticamente impossível apostar num vitorioso ao comando do Palácio do Planalto.

De acordo com a pesquisa, se entrasse na disputa, Lula teria 32,4% dos votos no primeiro turno, contra 16,7% de Bolsonaro, 7,6% de Marina, 5,4% de Ciro Gomes, do PDT, 4% do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), e 2,5 % dos votos do senador Álvaro Dias, do Podemos. Todos os outros sete pré-candidatos aparecem com menos de 1% das intenções de votos. Brancos e nulos aqui chegariam a 18%.

Ainda neste cenário, Lula também venceria todos os adversários num eventual segundo turno. Contra Bolsonaro, o principal deles, aparece com 45,7 % das intenções de votos. O deputado registra 25,9% dos eleitores.

Já sem Lula, Bolsonaro toma a frente, mas tem Marina como sua principal adversária: ele com 18,3% dos votos e ela com 11,2 %. Brancos e nulos aqui sobem para 29,6% dos eleitores. De acordo com Clésio Andrade, presidente da Confederação Nacional do Transporte, a CNT, responsável pela pesquisa, dificilmente o ex-presidente conseguirá transferir seus votos a um único candidato que apoiasse, caso seja impedido de concorrer à eleição.

“Esse é um quadro quase dificilmente de ser reversível, porque o Lula é um mito, né?! A verdade é essa. Ele é um mito, ele tem votos consolidados. Ele tem voto das esquerdas consolidados, dificilmente vai para outro candidato. E quando ele sai 4% vai para o Ciro, 4% vai para Marina, uma grande parte vai pro branco e nulo. Se vier um candidato dele, dificilmente vai conseguir um percentual elevado do Lula de transferência.”

Sem Lula, Bolsonaro e Marina dão sinais de que se encarariam no segundo turno – com um curioso empate: 27,2% dos votos, cada um. O parlamentar do PSL, porém, venceria todos os outros adversários em um segundo turno sem Lula. Se enfrentasse Geraldo Alckmin, do PSDB, emplacaria 27,8%, e o tucano, 20,2%. Contra Ciro Gomes, do PDT, o deputado do Rio teria 28,2% contra 24,2% do adversário. Já se for ao segundo turno com o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, do PT, Bolsonaro registra 31,5%, e o petista, 14%.

É importante lembrar que a pesquisa esboça uma disputa ainda fora da campanha oficial de rádio e TV, que começa só em agosto.

Foram entrevistadas 2.002 pessoas em 137 municípios brasileiros, de 25 unidades da federação. O período de coleta das informações foi entre 9 e 12 de maio.

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EDIÇÃO IMPRESSA Nº 116 | MARÇO/2024

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