13.9 C
Curitiba
quinta-feira, 28 março 2024

Dia Mundial do Câncer (4) alerta para prevenção da doença

Em 4 de fevereiro é celebrado o Dia Mundial do Combate ao Câncer. Por isso, nesta data, entidades médicas alertam para ampliação de campanhas para o diagnóstico precoce da doença e que a população não negligencie os sintomas.

O câncer é a segunda causa de morte no mundo. Estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) aponta a ocorrência de cerca de 600 mil casos novos de câncer no Brasil em 2016 e 2017, dos quais cerca de 180 mil serão de pele não-melanoma. Os cânceres de próstata (61 mil) em homens e mama (58 mil) em mulheres também serão os mais frequentes.

O oncologista Ronaldo Corrêa, editor científico da Revista Brasileira de Cancerologia do Inca, destaca que as campanhas devem abordar todos os tipos da doença e não apenas os mais comuns, como os de próstata e mama.

Já o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Gustavo Fernandes, alerta que vários sintomas que podem indicar a presença de um tumor não são observados pelo paciente, que acaba demorando a procurar um serviço médico. Por exemplo, dores persistentes após uma ou duas semanas, tosse e rouquidão ininterruptas, perda de peso acentuada e sangue nas fezes. “São dois atrasos: um atraso na procura (do paciente por um médico) e um atraso na obtenção daquilo que se procura”, disse.

Cigarro

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC), Robson Moura, o cigarro é o principal fator de risco para o câncer. “É, individualmente, o principal agente causador de morte no mundo, tanto das doenças cardiovasculares, como está associado ao câncer de pulmão, de laringe, boca, esôfago, estômago. Também os alimentos constituem um fator de risco. “Carnes vermelhas estão muito associadas ao risco de câncer de intestino”. Já carnes salgadas ou defumadas e os embutidos têm substâncias que aumentam o risco de câncer de estômago.

Segundo o presidente da SBC, apenas 15% dos cânceres têm um fator genético significativo, como o câncer de mama. Moura destacou também que alguns tipos de câncer, como o ósseo, são mais comuns em adolescentes do que em pessoas idosas por estar relacionado ao processo de crescimento. “Não impede que um adulto possa ter câncer ósseo”, disse.

De acordo com Moura, mulheres na menopausa têm um risco maior de câncer de mama, que tende a diminuir a partir dos 70. Já o câncer de estômago tem incidência maior acima dos 50 anos. Moura lembrou que também as crianças têm cânceres, em geral hematológicos, como leucemia.

Campanhas

No próximo dia 10, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, lançará no Inca a campanha deste ano, que tem como tema o combate ao câncer infanto-juvenil. Será divulgado estudo que, pela primeira vez, trará dados sobre a incidência do câncer e principais tumores na faixa etária de 5 anos a 19 anos. O ministro irá inaugurar ainda a ala de pediatria oncológica do Inca.

Prevenção

Algumas medidas podem ser adotadas para evitar o surgimento de tumores. Entre as ações individuais estão: alimentação saudável, não fumar, não consumir álcool em excesso e ter uma atividade física regular. As estratégias coletivas vão desde a promoção de hábitos saudáveis no ambiente de trabalho, como subir escadas para diminuir o peso e evitar o consumo de cigarro.

Envelhecimento

Ronaldo Corrêa estimou que nos próximos 20 ou 30 anos o número de casos aumente por causa do envelhecimento, que é um dos principais fatores de risco para câncer. “Quanto mais velha a população, maior a probabilidade de aquela população ter câncer”.

Nos países desenvolvidos, a população já envelheceu há 30 ou 40 anos, por isso a incidência de novos casos de câncer tende a ficar estável ou diminuir.

No Brasil, além de a população jovem estar envelhecendo e ter se tornado prioritariamente urbana, nos últimos 20 anos, está sujeita a fatores de risco, como poluição, sedentarismo, excesso de peso, alimentos fast food.

Corrêa, no entanto, diz que as taxas de mortalidade precisam diminuir, relacionadas à melhoria dos sistemas de saúde e comprometimento da sociedade. “Quanto mais uma sociedade avança em questões que não são somente o setor saúde, mas no emprego, Previdência Social, educação, transporte, habitação, meio ambiente, o setor saúde avança alinhado com esses avanços da sociedade e a resposta na redução da mortalidade é muito maior”.

Ele lembra que o Brasil já teve conquistas nessa área. Na década de 1950, por exemplo, a sobrevida média dos indivíduos com câncer atingia 30%, 40%. Hoje em dia, supera 80%.

Relacionados

EDIÇÃO IMPRESSA Nº 116 | MARÇO/2024

spot_img

ÚLTIMAS NOTÍCIAS