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quinta-feira, 28 março 2024

EJA e exames de equivalência atraem adultos que querem colocar estudos em dia

Se depender do empenho dos estudantes da educação de jovens e adultos de Curitiba (EJA), o próximo recenseamento populacional vai encontrar bem menos moradores analfabetos do que os cerca de 30 mil identificados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010. É o que mostram os números da Gerência de Educação de Jovens e Adultos da Secretaria Municipal da Educação, que em 2017 teve cerca de 1,5 mil estudantes matriculados e concedeu o certificado de conclusão da primeira etapa do ensino fundamental a cerca de 200.

Encarado como um troféu principalmente pelos adultos mais velhos, que em muitos casos esperaram encaminhar os filhos para começar ou retomar os estudos, o certificado de que o aluno está apto para a segunda fase do Fundamental (do 6º ao 9º ano) é entregue quando ele domina os conteúdos previstos para 1,2 mil horas-aula ou dois anos de estudos.

Outro caminho para continuar aprendendo são os exames de equivalência, disponíveis para quem abandonou os estudos ou não tem Histórico Escolar, documento que comprova a conclusão das diferentes etapas da vida escolar.

“Cada caso é um caso”, observa a gerente da área, Isabel Nowacki de Loyola.  “Há quem consiga fazer isso antes de dois anos de estudos, mas no caso dos alunos com deficiência, tem quem precise de mais tempo. E há os que vão direto para o exame e são bem-sucedidos”, completa a educadora.

Os estudantes com tipos diferentes de deficiências somaram 205 matriculados em 2017. Também no ano passado, fizeram o exame de equivalência 1.110 pessoas das 1.136 que se inscreveram, sendo 200 com deficiência. Foram aprovados 962 estudantes.

O aprendizado não para – Independentemente de ter obtido o primeiro certificado de educação de jovens e adultos, estudantes e ex-alunos podem aproveitar as férias para colocar em prática o que já aprenderam. Este é o conselho da pedagoga Luciane Lippmann, da equipe da área na Secretaria Municipal da Educação.

“É aí, fora da sala de aula e juntando o que aprenderam com a experiência pessoal, que os estudantes podem exercitar a leitura e a escrita por outros meios”, explicou a pedagoga.

Luciane observa que ler livros é o ideal, porém, experiências mais modestas – como ler com calma e entender o que dizem outdoors, folderes e capas de jornais e revistas expostos nas bancas são uma forma de praticar o que os professores ensinam em sala. “Com isso, aos poucos, eles vão se sentir encorajados a ler os textos bem mais extensos dos livros. Um bom caminho é começar pelos contos leves, que são curtos, mas vale o que o leitor gostar: autoajuda, religiosos, policiais”, diz.

Para quem já quer partir para os livros, Luciane Lippmann faz algumas sugestões: Comédias Brasileiras de Verão (Luís Fernando Veríssimo), Os melhores contos de Domingos Pellegrini, Dicionário do Viajante Insólito (Moacyr Scliar) e Vozes do Retrato (Dalton Trevisan).

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EDIÇÃO IMPRESSA Nº 116 | MARÇO/2024

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