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quinta-feira, 14 novembro 2024

Cursos de federais têm melhores resultados em indicador de qualidade

Cursos de instituições públicas federais obtiveram os melhores resultados no Conceito Preliminar de Curso (CPC), divulgado hoje (9) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O CPC é um dos principais indicadores de qualidade do ensino superior. Os resultados são referentes a 2019. Entre os cursos avaliados estão medicina, enfermagem e engenharias.

O indicador segue uma escala de 1 a 5. O conceito 3 é uma espécie de média. Aqueles que tiveram um desempenho menor que a maioria recebem conceitos 1 ou 2. Já os que obtiveram desempenho superior recebem os conceitos 4 ou 5.

Ao todo, 1.008 cursos de instituições federais obtiveram conceito 4 e 68 cursos, conceito 5. Isso significa que 75,7%, ou três a cada quatro cursos avaliados nessas instituições, estão “acima da média”, com conceitos 4 ou 5. 

Entre as instituições privadas, que são as que concentram mais de 75% das matrículas de estudantes dos cursos avaliados, 1.068, o equivalente a 31% dos cursos de instituições com fins lucrativos, e 1.047, o equivalente a 38% dos cursos de instituições sem fins lucrativos, obtiveram os maiores conceitos. 

Educação a distância 

Entre os cursos a distância, 23,3% obtiveram conceitos 4 ou 5. A educação a distância representa, no entanto, apenas 2% de todos os cursos avaliados. Considerando somente os cursos presenciais, a porcentagem “acima da média” foi maior, 42,7% obtiveram conceitos 4 ou 5.  

Indicador de qualidade 

O CPC leva em consideração diferentes aspectos dos cursos de graduação, como o desempenho dos estudantes nas provas do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a percepção dos próprios estudantes em relação ao curso e à formação dos professores.

A cada três anos, um conjunto diferente de cursos é avaliado no Enade. São os mesmos que têm o CPC divulgado pelo Inep. No ano passado, foram cursos das áreas de ciências agrárias, ciências da saúde e áreas afins; engenharias e arquitetura e urbanismo; e os cursos superiores de tecnologia nas áreas de ambiente e saúde, produção alimentícia, recursos naturais, militar e de segurança.

Ao todo, foi o calculado o CPC de 8.188 cursos de graduação de 1.215 instituições de ensino superior. Considerando todas as instituições e as modalidades, 22 cursos – o equivalente a 0,3% – obtiveram conceito 1, o mais baixo; 665 cursos, ou 8%, o conceito 2; 4.034 cursos, ou 49,3%, conceito 3; 3.255 cursos, ou 39,8%, obtiveram conceito 4; e, 212, ou 2,6%, o conceito 5, o máximo.

De acordo com o Inep, além de subsidiar a definição de politicas públicas, os resultados do CPC são utilizados como critério seletivo ou de distinção em processos de supervisão e regulação da educação superior; na construção de matriz de distribuição orçamentária para a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica; e em programas e políticas públicas do governo federal, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Universidade para Todos (ProUni).

Ministério da Educação

Em entrevista coletiva concedida nesta manhã, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, destacou a importância de se conhecer, em um contexto de pandemia do novo coronavírus, os resultados dos cursos da área de saúde. “Os resultados do CPC 2019 têm ainda mais relevância no cenário atual porque, em 2020, conhecemos o desempenho dos cursos da área de saúde, a qualidade dos cursos de medicina, enfermagem, fisioterapia, entre outros, que são determinantes para a formação dos profissionais que hoje estão nos hospitais e postos de saúde enfrentando a pandemia”, disse.

“Em crises sanitárias como a que vivemos, não resta dúvida que para oferecer serviços de qualidade, precisamos de técnicos qualificados. O investimento em educação superior é imperativo para o desenvolvimento científico, para a propulsão da inovação e a empregabilidade”, acrescentou. 

Na avaliação do presidente do Inep, Alexandre Lopes, os resultados do CPC foram satisfatórios. “Pela natureza da forma como o indicador é construído, é normal que se tenha uma concentração menor nos dois extremos, tanto nas notas mais baixas, quanto nas notas mais altas. Mas, quanto a gente junta todas, observa que estão mais próximas do topo da escala que do início. Dessa forma, a gente entende que os números são satisfatórios”.

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EDIÇÃO IMPRESSA Nº 123 | SETEMBRO/2024

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