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quinta-feira, 1 maio 2025

FAS e instituições religiosas unem esforços no atendimento a 2.850 pessoas em vulnerabilidade social

As parcerias com instituições religiosas é uma das formas que a Fundação de Ação Social (FAS) utiliza para promover direitos e oportunidades para famílias e pessoas em situação de risco e vulnerabilidade. Como resultado, 2.850 pessoas são atendidas por 36 entidades ligadas a grupos religiosos que colaboram com a FAS por ano.

As atividades abrangem diversos públicos, desde crianças e adolescentes, pessoas em situação de rua, usuários de álcool e drogas e idosos. As ações envolvem serviços de acolhimento institucional, convivência e fortalecimento de vínculos e defesa e garantia de direitos, entre outros.

Alegria na Cidade Refúgio

Um exemplo deste tipo de parceria é o projeto Alegria na Cidade Refúgio, desenvolvido, desde o ano de 2009, pela Abba Promoção Social (Abbaps), organização da sociedade civil ligada à Comunhão Cristã Abba. O projeto atende 58 crianças e adolescentes com idades entre 6 e 17 anos, moradoras da Vila Verde, na CIC. São oferecidas atividades como aulas de circo, música, teatro, artes e culinária.

A presidente da Abbaps, pastora Celina Novaes Portella dos Santos, explica que o projeto surgiu do reconhecimento das necessidades da comunidade da Vila Verde. Então, a Abbaps criou o projeto, que foi aprovado pela coordenação da FAS e do Cras do bairro. “A igreja pensou, realizamos e fizemos a parceria com a FAS. Sem essa parceria nós teríamos dificuldades em nos apresentar para a sociedade”, explica Celina.

O trabalho desenvolvido com as crianças segue diretrizes da FAS e tem como objetivo evitar a permanência delas nas ruas e a evasão escolar. Meninos e meninas aprendem noções de autocuidado, cidadania e meio ambiente.

Os participantes chegam ao projeto após as famílias serem atendidas pelas assistentes sociais do Cras. Este órgão faz a análise da situação de vulnerabilidade das famílias e encaminha crianças e adolescentes para o projeto, conforme as necessidades verificadas.

De acordo com a pedagoga do projeto, Vilma Bueno, a importância da parceria com a FAS está não apenas no aporte financeiro, mas no atendimento de cada criança. “Quando é detectada qualquer necessidade mais urgente, a FAS encaminha para serviços de saúde, de dentista, psicólogo. A criança é vista como um todo.”

Casa do Servo Sofredor

Outra história de parceria que deu certo é com a Associação da Casa do Servo Sofredor, que acolhe pessoas em dependência de álcool e drogas.

Criada pela Ordem dos Irmãos da Bem Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, os frades Carmelitas, no ano de 1994, a instituição atende mais de 250 pessoas em Curitiba, Contenda e Paranavaí. Duas casas de acolhimento ficam na capital paranaense, sendo uma masculina e outra para mulheres. No Mosteiro Monte Carmelo, sede da organização, 72 homens com idades entre 18 e 59 anos recebem atendimento.

As pessoas chegam à casa por solicitação das famílias ou encaminhadas após triagem da FAS. Uma vez recebidos, eles recebem atendimento de psicólogos, assistentes sociais e dentista. Além disso são encaminhados para os órgãos governamentais para que sejam inseridos em políticas públicas, conforme o caso.

Como parte do processo de reabilitação, os acolhidos trabalham na manutenção da casa, seja fazendo a limpeza, a cozinha ou em demais atividades, tais como cuidados com a horta, leitura e lazer. Também participam de reuniões de Alcoólicos Anônimos e Narcóticos Anônimos e atividades que buscam desenvolver a espiritualidade.

Após o período necessário, eles são encaminhados para as Casas de 2º Passo, moradias provisórias, para reinserção social e profissional.

O diretor- presidente da Associação, frei João Bernardo Alves, entende que a parceria entre a Casa e o poder público é de grande valia na manutenção da missão. “É uma força formada da união. O que podemos fazer juntos pela sobriedade na vida de uma pessoa ultrapassa o valor econômico.”

Um dos atendidos no local, J.E.S., de 39 anos, trabalhador da construção civil, está há mais de dez mês em tratamento e vê na Casa uma oportunidade de reconstruir a vida e se reconectar com a família. M.T.S. de 26 anos, trabalhava na instalação de ar-condicionado. Conseguiu uma vaga por encaminhamento da Secretaria Municipal de Saúde e espera concluir o processo para ir a uma Casa de 2º Passo e dar novo rumo para sua vida.

J.H.Y, venezuelano de 50 anos, auxiliar de serviços gerais, veio por encaminhamento da FAS. Ele está há sete meses na casa e hoje é um monitor, ajudando na organização do local para aprender a assumir novas responsabilidades, além fazer o tratamento. Entende que a importância da casa é ajudar a “sair desse mundo e se inserir de novo na sociedade, com um emprego e quem sabe, um dia visitar a Venezuela.”

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EDIÇÃO IMPRESSA Nº 130 | ABRIL/2025

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