Todos temos (ou pelo menos a maioria de nós) um último lar nesta Terra. E por mais aconchegante, arborizado, silencioso e calmo que pareça, ninguém tem pressa ou vontade de ir já habitar nesse lugar findo. Lá haverá o eterno descanso para o corpo, a mente aquietar-se-á… o corpo voltará ao que sempre foi: pó. Embora para alguns essa seja a morada final, para os que acreditam, há moradas além daquilo que possamos imaginar! Contudo todos que estamos vivos ainda moramos em um ambiente que podemos chamar de lar! Mas por que então muitos, dos que podem, no momento se incomodam em ficar em casa?
Como as palavras possuem pesos diferentes, vamos compreender o valor, a carga emotiva, a visão que cada uma delas apresenta. Estas são as palavras: CASA e LAR. Voltando a um velho filme dos anos 80, cujo título é E.T. – O Extraterrestre, há um alienígena que quer voltar para “home”, que significa mais precisamente “lar”. Ele estava em uma casa (house), bem cuidado pelas crianças, mas ali não era a “home” dele. Voltando para nossos dias, ouvimos diariamente “Fique em casa!”. Esta fria frase nos diz para ficarmos entre “quatro paredes”. Dá-nos a sensação de isolamento, proibição, repulsa. Embora na melhor das intenções para resguardar-nos da contaminação, choca-nos o cerceamento da liberdade, confronta-nos nos nossos direitos, restringe-nos à “cela”. Mas precisamos entender o atual contexto.
É tempo de entendermos que o melhor lugar do mundo agora é o nosso LAR! Nele há paz (deveria), há amor (deveria), há carinho e compreensão (deveria). Nele há o sustento e o conforto e a segurança (deveria). Deveríamos gostar de estarmos em nossos lares, ele é o “porto seguro” do homem. Porém tudo isso não é feito de tijolos, cimento e telhas; arames, vidros e madeira. Somos nós quem construímos o amor, a paz, o carinho, a compreensão, o perdão, a segurança, o conforto, o sustento. E isso nunca se termina, é um eterno construir, observar e refazer, melhorar e depois melhorar! É com olhar de ternura que edificamos o lar, é com palavras amorosas e sábias que arquitetamos nossas relações, é com empatia que fundamos alicerces sólidos de confiança, de segurança e de amor.
Quando Jesus disse: “Sim, Eu vim do Pai para o mundo; deixarei o mundo e voltarei para o Pai” (João 16:28), referia-se Ele ao lar eterno junto a Deus Pai. Jesus estava na Terra, teve uma casa (a dos pais terrenos), todavia o Seu lar não era aqui. Para nós, ainda terrestres, nossa casa é o nosso lar momentâneo, um lugar que deve ser construído diariamente com amor, até que tudo, tudo mesmo se acabe e descansemos eternamente no lar celestial. Porém isso também é uma escolha: onde vamos querer morar na eternidade? Em uma casa ou um LAR?