Três pessoas foram presas suspeitas de envolvimento na morte do fiscal Fabrízzio Machado da Silva, que presidia a Associação Brasileira de Combate a Fraudes de Combustíveis. Entre os detidos na operação desencadeada pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, está o empresário, dono de quatro postos de gasolina em Curitiba e região metropolitana. Ele é apontado na investigação como o mandante do crime.
A prisão é temporária e válida por 30 dias, podendo após este prazo ser transformada em preventiva.
A investigação da equipe da DHPP revela que Fabrízzio foi morto por causa da atividade profissional que exercia – a de presidente da associação que combatia a fraude em combustíveis. O fiscal foi morto a tiros pouco depois das 22 h do dia 23 de março quando chegava de carro em casa, no bairro Capão da Imbuia, em Curitiba.
As diligências das equipes policiais da DHPP e informações repassadas pelo 0800, de forma anônima, mostraram que o executor chegou até a casa do fiscal depois de receber a foto, o endereço e o carro usado pela vítima.
Após o crime, começaram a chegar na DHPP, através do 0800, denúncias e informações sobre o caso. Os três responderão pelo crime de homicídio qualificado por emboscada e sem chance de defesa da vítima. Se condenados poderão ficar de 15 até 30 anos presos.
OPERAÇÃO PANE SECA –Dois dias depois da morte de Fabrízzio, o Departamento de Inteligência do Estado do Paraná (Diep) deflagrou a “Operação Pane Seca” para prender duas quadrilhas que fraudavam a quantidade de combustível que saia de das bombas dos postos de gasolina – gerando prejuízo aos motoristas e ganhos para as organizações criminosas.
Entre os presos pelo Diep estava o empresário suspeito, que é dono de postos que praticavam a fraude. Ele ficou preso por cinco dias (prisão temporária) e até então não havia qualquer indício de participação do empresário na morte do fiscal.
A investigação do Diep que resultou na ”Pane Seca” teve início a partir de requisição da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, do Ministério Público do Paraná, a qual recebeu informações da Associação Brasileira de Combate a Fraudes de Combustíveis (ABCFC), a qual Fabrízzio era presidente, denunciando que alguns postos de combustíveis estariam fraudando a quantidade de combustível no momento do abastecimento.
Para a fraude funcionar integrantes das quadrilhas instalaram dispositivos eletrônicos nas bombas, os quais eram responsáveis por interromper o fluxo de combustível efetivamente expelido, sem que houvesse interrupção na medição da quantidade de litros a ser paga pelo consumidor.