A expansão da presença 60+ no mundo do trabalho depende tanto da sua adequação às exigências do novo mercado quanto da sensibilidade das empresas em identificar e absorver o seu talento. Essa é a conclusão da roda de conversa sobre empregabilidade do segmento que a Gerência da Pessoa Idosa da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano (SMDH) promoveu, nesta segunda-feira (21/7), na Associação Comercial do Paraná (ACP).
- O evento foi aberto pela gerente da área, Eluane Sanchez. Ele representa a contribuição da Prefeitura de Curitiba para a chamada Década do Envelhecimento Saudável (2021-2030), proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU). Trabalho decente e crescimento econômico estão entre os fatores apontados para o sucesso do desafio lançado aos diferentes países.
Olhares para o público crescente
Participaram representantes da sociedade civil e ativistas independentes interessados em aproveitar a expertise do grupo que, em Curitiba, soma 320 mil pessoas. Foi o caso da professora de Educação Física aposentada Dagmar Vicente de Castro, que pretende fomentar a discussão por meio da iniciativa que ela já chama Movimento Curitiba 60+. “Será um laboratório de ideias para mostrar para a sociedade, e para os próprios idosos, a força ainda desconhecida do potencial enorme do nosso segmento”, contou.
A consultora de recursos humanos e conselheira do Sicredi Camille Holmer destacou a importância da disponibilidade entre profissionais idosos e empresas para a inclusão geracional no mercado de trabalho. “O idoso precisa entender e se preparar para a cultura da organização em que ele pretende entrar, mas a empresa também precisa superar o etarismo e os estereótipos que houver no caminho da contratação”, disse.
Atenção à saúde
Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira de Geriatria, Mário Tupiná, o crescimento da população 60+ no país é tão rápido que repercute também na área médica. A Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) se organiza para oferecer uma capacitação em geriatria para médicos não geriatras e, com isso, compensar o descompasso relacionado à oferta restrita de especialistas.
“Temos menos crianças e o mesmo número de pediatras, mas cada vez mais idosos sem o correspondente aumento de médicos para o segmento. A ideia é que os médicos estejam em condições de dar um atendimento satisfatório também para esse público“, disse.