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terça-feira, 14 outubro 2025

Dores posturais relacionada ao ambiente de trabalho

As Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) constituem um grupo de condições que afetam músculos, tendões e nervos, surgindo principalmente devido a movimentos repetitivos, posturas inadequadas, tensão muscular e ausência de pausas durante a jornada laboral. Essas doenças ocupacionais representam uma das principais causas de afastamento do trabalho, afetando diretamente a produtividade, o bem-estar e a qualidade de vida dos trabalhadores.

A LER se refere às lesões causadas pelo esforço repetitivo, enquanto o DORT engloba uma gama mais ampla de distúrbios osteomusculares relacionados ao ambiente ocupacional. Ambas as condições apresentam sintomas semelhantes, como dor, fraqueza, formigamento, fadiga, dormência e perda de mobilidade, afetando especialmente mãos, punhos, ombros, pescoço, coluna e região lombar.

A intensidade dos sintomas varia conforme o tempo de exposição ao esforço e o grau da lesão. Essas patologias são mais frequentes em profissionais que realizam atividades repetitivas e prolongadas, como digitar, montar peças, operar máquinas, permanecer sentados por longos períodos ou adotar posturas incorretas.

O estresse emocional também é um fator agravante, pois aumenta a tensão muscular e acelera o surgimento das dores. A falta de pausas e alongamentos durante o expediente favorece a rigidez muscular e dificulta a recuperação tecidual, contribuindo para o agravamento do quadro clínico.

O diagnóstico das LER/DORT é predominantemente clínico, fundamentado em uma anamnese detalhada e exame físico minucioso. O profissional de saúde analisa o histórico ocupacional do paciente, os sintomas relatados e o impacto funcional das lesões. A autoavaliação postural também pode auxiliar na identificação precoce: observar se a cabeça está alinhada ao tronco, se os ombros permanecem nivelados e se a coluna mantém suas curvaturas naturais permite identificar possíveis desvios e tensões musculares.

Para avaliar possíveis comprometimentos nos dedos e mãos, recomenda-se observar se há dificuldade em abrir e fechar os dedos, perda de força, dor ou formigamento. Caso existam sintomas persistentes, é essencial procurar avaliação médica ou fisioterapêutica. 

A prevenção é a forma mais eficaz de combater essas doenças. Ela está relacionada à ergonomia no ambiente de trabalho, que inclui ajustar a altura da cadeira, manter os cotovelos dobrados a noventa graus e posicionar a tela do computador na altura dos olhos. Também é importante realizar pausas curtas de cinco a dez minutos a cada hora de trabalho para alongar o corpo, movimentar as articulações e aliviar a tensão muscular acumulada. 

Os exercícios terapêuticos e de alongamento são ferramentas essenciais tanto na prevenção quanto no tratamento. Entre os mais indicados estão: alongamento de punhos e dedos, rotação de ombros, alongamento cervical, prancha abdominal, bird dog, alongamento do peitoral e fortalecimento das costas, e exercícios para os dedos das mãos. Essas práticas fortalecem o core, melhoram a postura, aliviam dores e previnem o retorno das lesões. 

A cinesioterapia, que é o tratamento baseado em exercícios de movimento controlado, atua de forma eficaz na reabilitação funcional dos pacientes com LER/DORT. Seu objetivo é restaurar a força, flexibilidade e coordenação motora, reduzir a dor e permitir o retorno gradual às atividades laborais. Nos casos mais graves, quando há comprometimento estrutural significativo, pode haver necessidade de afastamento temporário ou até permanente do trabalho, dependendo da extensão da lesão e da resposta ao tratamento. Em resumo, as LER e DORT são doenças ocupacionais típicas da era moderna, diretamente associadas à rotina de trabalho intensa e ao uso constante de tecnologias que exigem movimentos repetitivos. A conscientização sobre posturas adequadas, pausas regulares, ergonomia e práticas de alongamento é essencial para prevenir essas condições e preservar a saúde física do trabalhador. Com acompanhamento médico e fisioterapêutico adequado, é possível garantir reabilitação, produtividade e qualidade de vida.

Autores: Ana C. O. da Silva, Emanuel S. Lima, Fabricio F. Almeida, Giovana O. de Castro, Laryane C. M. de Souza, Laura S. Ugolini
Estudantes de fisioterapia da Faculdade Estácio de Sá – Curitiba Cristo Rei

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EDIÇÃO IMPRESSA Nº 135 | SETEMBRO/2025

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