Ando em um tempo de INTOLERÂNCIA. E a essa palavra dá-se o sinônimo de não-suporta, não-aguenta, não-atura, não-se-flexiona. Há alguns anos a intolerância era com o desrespeito, com a imoralidade, com a indisciplina. Crianças não podiam ouvir conversa de adultos; palavrão não era coisa de gente séria; a obediência às normas e às leis era tida como honra e fator de conduta digna do ser humano. Hoje, passado não tantos anos assim, parece-me que a palavra intolerância tomou outras dimensões.
A palavra intolerância, em si, continua a mesma, significando “não-suporta, não-aguenta, não-atura, não-se-flexiona”, mas o mundo mudou um pouco o foco, o desrespeito agora é relativo, são idosos abusando dos seus direitos, são jovens se achando no direito, são crianças tendo todos os direitos, etc. Ou seja, pessoas se acham no direito de desrespeitar o semelhante porque elas têm direito! Isso é direito? O meu direito também tem limite, e esse vai até o limite do direito do outro! Não é a minha posição social, a minha conta bancária ou a minha influência política que me dará mais direito do que eu necessito, mas sim o simples fato de que sou um cidadão com direitos iguais a qualquer outro cidadão!
Lembro-me de uma época que usar minissaia curta era imoral (porque a minissaia já era curta!); um homem proferir palavrões era imoral (pra mulher nem se fala!); o desquite (lembra-se dessa palavra?) era uma vergonha (normalmente pra mulher)! O que, realmente, hoje é imoral? Na verdade, hoje é imoral e desrespeitoso falar sobre o que é imoral; se falo, sou apontado como intolerante! Em princípio, princípios e valores não deveriam mudar tão radicalmente. Se era bom em um tempo, por que não é mais? Porque não se quer seguir regras, normas, leis? Graças a Deus que toda a natureza e suas leis ainda seguem as regras! Eu imagino se as leis da física fossem desrespeitadas… não estaria aqui escrevendo este texto!
Enfim, embora se fale tanto em direitos humanos, em meio ambiente e ecologia, o MUNDO está INTOLERÁVEL! O panorama que se apresenta é de que “os meus direitos devem sobrepujar os seus!”, “O que eu falo é o que importa, e não me importa a sua opinião!”. O aumento da tolerância é inversamente a evolução tecnológica. Parece a mim que estamos virando “máquinas”! A tolerância começa no casamento, passa pela família, atinge a vizinhança, a cidade, as nações. Somos todos terráqueos! No livro de Lucas, capítulo 9, versos 46 a 56, Jesus nos ensina a sermos tolerantes, mesmo com aqueles que não coadunam com a nossa opinião. A nossa nobreza está no sermos humildes em sabermos ao mesmo tempo grandiosos e dependentes uns dos outros. Por isso eu convido você a andarmos EM TOLERÂNCIA, porque no final todos seremos pó!