Estudantes paranaenses das redes de ensino estadual, municipal e particular estão entre os finalistas internacionais da competição tecnológica Space Apps Challenge, também conhecido como Hackathon, promovido pela agência espacial dos Estados Unidos, a Nasa. Duas equipes do Paraná concorrem, em diferentes categorias, com competidores de 69 com projetos de softwares capazes de solucionar problemas propostos pelo órgão.
Os melhores projetos serão assessorados por pesquisadores, além ganhar de uma viagem aos Estados Unidos para conhecer as instalações da agência. No Brasil, o desafio foi realizado em quatro estados. No Paraná, a competição envolveu 125 participantes, divididos em 22 equipes.
Os campeões regionais terão os trabalhos avaliados por uma comissão internacional, já as equipes selecionadas por escolha popular nacional vão concorrer na votação mundial. A equipe mais votada também terá o trabalho acompanhado.
RADIO JUNO – O projeto desenvolvido pelos estudantes Raul Guedes Carlessi, Marquistei Medeiros, Marcos Mateus Garrido de Mello, Daniel Marques e Paloma Lecheta ficou em primeiro lugar entre os competidores paranaenses. O dispositivo desenvolvido pela equipe utiliza dados captados por um satélite da agência americana que transmite as coordenadas de focos de incêndios e queimadas aos aparelhos de radiodifusão.
“Quando essas informações chegam ao nosso banco de dados, o rádio converte as coordenadas em sonoras e assim fica fácil identificar onde está acontecendo o incêndio”, explicou Raul Guedes Carlessi, 14 anos, do 9° ano do ensino fundamental do Colégio Estadual Arlindo Carvalho de Amorim, em Curitiba.
A equipe escolheu o rádio por ser um aparelho de tecnologia acessível. “Normalmente, nesses lugares em que há muitos casos de queimadas e também de incêndios não há acesso à internet, então resolvemos utilizar um aparelho que é comum na casa dos brasileiros”, contou Raul.
O trabalho foi desenvolvido em dois dias de competição. Segundo Raul, a experiência permitiu conhecer e desenvolver conhecimentos na área da programação e conceitos básicos de eletrônicas. “Tudo que envolve tecnologia sempre me chamou a atenção e participar de uma competição da NASA foi uma motivação a mais”, disse.
PEOPLE’S CHOICE– O projeto VR TREE, desenvolvido pela equipe Stardust composta pelos integrantes Jennifer Gabriela Jetka, Duncan Crowley, Trenton Roncato Juraszek, Eduardo Yutaka Nakanishi, Guilherme Dias da Silva e Bruna Paese, ficou em primeiro lugar em uma votação popular nacional.
A pesquisa está entre as indicadas para a escolha pública internacional, que encerra no dia 22 de maio. O projeto consiste em um sistema que projeta, a partir de um aparelho de celular, imagens da Síria antes da guerra e tem como objetivo mostrar o lado esquecido do País, envolvido em uma guerra civil, promover o respeito ao próximo e o fim do conflito. “Quando perguntamos a algum refugiado sírio onde ele queria estar, de pronto eles respondem que queriam estar lá, na Síria”, disse Jennifer Gabriela Jetka, de 13 anos, do 8° ano do ensino fundamental do mesmo colégio.
O trabalho exigiu pesquisas sobre a geografia, história e cultura sírias, além de conhecimentos técnicos. Segundo Jennifer, a pesquisa permitiu fazer uma autoavaliação. “Aprendi a olhar e respeitar o diferente, porque existem outros povos e culturas que precisam ser conhecidos e respeitados”, contou a estudante.
A votação no projeto pode ser feita pelo endereço – https://2017.spaceappschallenge.org/
COMPETIÇÃO – O NASA Space Apps Challenge, também conhecido como Hackathon, é uma maratona de tecnologia da informação que reúne pesquisadores e estudantes com interesse pela área tecnológica e por desenvolvimento de softwares.
O evento contou com desafios proposto pela Nasa em vários níveis diferentes com o objetivo de incentivar a criatividade e promover o desenvolvimento de softwares inovadores. A competição, que aconteceu no final do mês de abril, foi simultânea em 69 países e reuniu 25 mil participantes.