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sexta-feira, 26 julho 2024

Estudantes saem às ruas para ajudar a destruir focos do Aedes aegypti

Esta sexta-feira (26) foi de mobilização na rede municipal de ensino de Curitiba para acabar com locais e objetos que sirvam como depósito para a reprodução do mosquitoAedes aegypti, que pode transmitir o vírus zika, a dengue e a febre chikungunya. Estudantes e crianças atendidas em quase 500 unidades escolares saíram às ruas para orientar, incentivar e ajudar as pessoas a limparem casas, terrenos e espaços comunitários.

Cantando, distribuindo panfletos e exibindo cartazes, a meninada reforçou a necessidade de toda a população desenvolver ações para evitar a proliferação do mosquito vetor das doenças. Os estudantes percorreram as ruas próximas de suas unidades, divulgando o que aprenderam desde o primeiro dia letivo, em 18 de fevereiro, quando foi deflagrada a campanha Operação Tira Focos Curitiba contra o Aedes, promovida pela Prefeitura de Curitiba.

Depois de muita pesquisa sobre ciclo de vida e hábitos do Aedes aegypti, de aprenderem sobre as doenças que podem ser causadas por ele e, sobretudo, formas de combater a infestação do inseto, as crianças produziram seus próprios materiais para mobilizar os adultos de suas comunidades.

No Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Nice Braga, no Santa Quitéria, cem meninos e meninas das turmas de pré-escolar saíram pelas ruas do quarteirão com um grito de guerra contra o Aedes: “Aqui no Nice Braga o mosquito não se propaga”, repetiam as crianças enquanto ajudavam as professoras a identificar focos de água parada em copos, potes e embalagens abandonadas em calçadas e terrenos.

Observar calhas, caixas de água e os potes de comida e bebida dos animais foram conselhos repassados pelos pequenos voluntários no combate às doenças. “Minha avó está apavorada com este mosquito, mas não adianta ter medo. Tem que saber cuidar para ele não viver”, ensinou Aline Albuquerque, de 4 anos.

O coleguinha de turma, Ethan Colle, de 5 anos, virou fiscal dentro de casa a agora ajuda os pais a verificarem se não há focos do mosquito. “Vento e alecrim são coisas que o mosquito não gosta, mas para que ele não viva, a gente tem é que deixar tudo seco e limpo”, disse Ethan. As atividades desenvolvidas ao longo da semana ajudaram a deixar as crianças preparadas para serem colaboradoras no combate ao mosquito. Uma delas foi promovida pela professora Rodian Paixão, que ensinou a turma a preparar uma armadilha para o mosquito usando garrafa pet, grãos de arroz e tule. “O mosquito entra para pegar o arroz e fica preso na garrafa daí não saí por aí picando as pessoas”, explicou em detalhes Pedro Pereira da Costa, de 7 anos.

Na inclusão pelo bairro e com a ajuda das professoras protegidas por luvas descartáveis, recolheram lixo que poderia se tornar criadouro de larvas do mosquito. Um carro abandonado em uma rua próxima chamou a atenção dos pequenos que já foram pesquisar como farão para acionar autoridades responsáveis pela remoção do veículo. Do quintal de casa a aposentada Sônia Herzer acompanhou a ação das crianças e aplaudiu a atitude consciente e mobilizada da meninada. “Eles estão mostrando aos adultos como cada um deve agir neste momento de atenção à saúde pública. É lindo e maravilhoso de vê-los em uma ação a favor da vida”, disse Sônia.

A estratégia dos estudantes da Escola Municipal dos Vinhedos, em Santa Felicidade, foi levar para dentro do terminal de ônibus do bairro as informações descobertas durante as pesquisas e atividades desenvolvidas na escola. Um grupo de 30 estudantes reuniu informações e panfletos para abordar as pessoas e alertar sobre a necessidade de evitar a promoção de focos do mosquito.

Por onde passou, o grupo conseguiu chamar a atenção das pessoas. “É muito importante ver crianças mobilizadas. Precisamos fazer valer o exemplo da escola que nos chama para o trabalho de combate ao mosquito da dengue”, disse a dona de casa Cristina Gonçalves, uma das abordadas pelos estudantes na rua.

“Nossa intenção é conversar com as pessoas e fazer com que elas percebam a importância de ações que evitem a proliferação do Aedes. Eu e você somos tão responsáveis quanto aquele que mora em áreas consideradas de risco por isso é uma luta de todos. Minha mensagem é que sejamos mais solidários pra pensar no coletivo”, explicou o estudante Rayan Benato Zak, de 10 anos.

A mobilização da turma seguiu para a Rua da Cidadania Santa Felicidade, onde foram recepcionados pela equipe do núcleo Regional de Ensino e pela Administradora da Regional Maria José Ripol Serenato, acompanhada pela superintendente de Gestão Educacional, Ida Regina Morro Milléo de Mendonça.

Essa foi a segunda mobilização geral da rede municipal de ensino dentro da campanha Operação Tira Focos Curitiba contra o Aedes. A primeira, no último dia 19 aconteceu na Escola Municipal Nivaldo Braga, no Boqueirão com a presença ministro do Esporte, George Hilton que acompanhou o lançamento do manual produzido pela Secretaria Municipal da Educação, com orientação da Secretaria Municipal da Saúde, para capacitar os profissionais da educação e multiplicar as informações de combate ao mosquito.

A campanha dentro da rede municipal de ensino envolve todas as unidades, seus profissionais, crianças e estudantes atendidos. Desde as turmas nos berçários, até de educação de jovens e adultos (EJA), todos estão envolvidos em atividades sobre o tema. São palestras, oficinas de leitura, artes, produção de textos e exibição de vídeos são acompanhados de reflexão sobre a temática.

“Organizamos materiais informativos com subsídios pedagógicos para agregar conhecimento e divulgar o que é preciso para evitar a proliferação do mosquito. São materiais que poderão ser usados nas aulas de Língua Portuguesa, Matemática e demais componentes curriculares para que informem e conscientizem a criança, que é muito sensível à aprendizagem e à multiplicação dos conceitos nas famílias”, diz a secretária municipal da Educação, Roberlayne Borges Roballo.

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EDIÇÃO IMPRESSA Nº 121 | JULHO/2024

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