O Movimento Paranista não ficou de fora das celebrações dos 330 anos de Curitiba. Nesta quinta-feira (30/3), o prefeito Rafael Greca apresentou, no Memorial de Curitiba, o livro Paranismo, escrito por José Roberto Teixeira Leite, crítico de arte e o maior especialista no movimento intelectual e artístico da década de 1920 que exalta a identidade paranaense.
Na mesma ocasião, Greca também abriu a exposição Curitiba, Capital do Paranismo, que ocupa dois andares do Memorial de Curitiba com reproduções de obras de artistas que assimilaram as propostas do movimento em seus trabalhos, como João Turin, Alfredo Andersen, Zaco Paraná, Lange de Morretes, João Ghelfi e Waldemar Freyesleben.
A exposição é baseada no livro em que Teixeira Leite analisa o movimento que enaltece a identidade paranaense por meio do pinheiro, do pinhão, da erva-mate e de outros elementos típicos na arquitetura, esculturas, pinturas, móveis e até na moda.
Para marcar o lançamento do livro e abertura da exposição, a primeira-dama de Curitiba, Margarita Sansone, leu um trecho do Manifesto Paranista, escrito em 1927 pelo historiador e jornalista Romário Martins, um dos líderes do Movimento Paranista. “Espero que cada um de nós seja uma parte desse manifesto, que é um verdadeiro tesouro para nós, paranaenses”, destacou Margarita.
Memoriais
Uma parte do livro e da exposição é dedicada aos memoriais de Curitiba. O Memorial Paranista do Parque São Lourenço, inaugurado na atual gestão do prefeito Rafael Greca com o acervo de João Turin, é o mais recente entre os monumentos que homenageiam a história da cidade.
Já o Memorial de Curitiba, no bairro São Francisco, foi inaugurado por ocasião das comemorações dos 300 anos de Curitiba, na primeira gestão de Rafael Greca como prefeito.
Autoridades como reitores e famílias dos artistas envolvidos no movimento paranista foram homenageadas e receberam um livro de presente.
No Exílio, a obra perdida de Turin no Memorial de Curitiba
A exposição no Memorial de Curitiba conta com uma escultura inédita de João Turin, no Exílio, uma releitura produzida pela artista Luna Apa Luna do Rio. Trata-se de uma obra perdida do artista paranaense, do período em que ele vivia na Bélgica, no início do século 20.
A peça em argila e moldada em gesso tem 2,70 metros e foi produzida no Memorial Paranista. O prefeito anunciou que a obra será fundida em bronze e ficará como marco dos 330 anos de Curitiba.
“Com essa magnífica exposição, dominada pelo grande homem vitruviano de Turin, Curitiba exalta o Paranismo. Essa peça será fundida no Ateliê de Escultura do nosso Memorial Paranista e ficará como marco dos 330 anos de Curitiba”, destacou Greca.
Na exposição, os visitantes poderão acessar um QR Code para ver o vídeo que mostra a história desta obra e o trabalho para seu resgate e releitura, feito pela família Ferrari Lago, gestora do patrimônio artístico de João Turin.
No Exílio foi a primeira escultura de grandes proporções feita por Turin, concebida em Bruxelas e premiada com Menção Honrosa em Paris. A obra nunca retornou ao Brasil e possivelmente tenha sido destruída por um bombardeio durante a 1ª Guerra Mundial.
Das criações de Turin, também fazem parte da exposição no Memorial de Curitiba dois moldes originais das esculturas Luar do Sertão e Tigre Esmagando a Cobra; três vestidos produzidos a partir de imagens deixadas por ele; e desenhos e reproduções do artista com temática Paranista.
A mostra pode ser vista de segunda à sexta-feira, das 9h às 18h, e aos sábados e domingos, das 9h às 15h. A entrada é gratuita.
Pedra fundamental
Para marcar os 330 anos de Curitiba, no Memorial de Curitiba, que guarda um rico acervo de obras de arte e objetos históricos relacionados à história da cidade, o prefeito Rafael Greca fez a cerimônia de entronização da pedra fundamental de instalação da Vila Nossa Senhora da Luz dos Pinhais.
A pedra original, de 1693 (data aproximada), que até o ano passado estava na Praça Tiradentes, agora, para fins de preservação e conservação, ficará junto dos altares retábulos da antiga Igreja Matriz. No lugar dela, foi colocada uma réplica.
A pedra de arenito, com 85cm de altura, guarda inscrições da época, e passou por uma limpeza, feita com produtos especiais, no Ateliê de Escultura do Memorial Paranista.
Presenças
A cerimônia no Memorial de Curitiba contou com um recital de canto lírico com a soprano Ornella de Luca.
Participaram do evento o vice-prefeito e secretário de Estado das Cidades, Eduardo Pimentel; a presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Ana Cristina de Castro; o secretário do Governo e presidente do IPPUC, Luiz Fernando Jamur; as secretárias municipais da Comunicação, Cinthia Genguini, da Educação, Maria Sílvia Bacila, e do Meio Ambiente, Marilza Dias; a presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, Cris Alessi; o secretário municipal de Finanças, Cristiano Hotz; a presidente do Instituto Municipal de Turismo, Tatiana Turra; e a procuradora-geral do Município, Vanessa Volpi.
Homenageados
Orlando Pessuti – ex-governador do Paraná e secretário do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul)
Marili Azim – diretora de Memória e Patrimônio Cultural da Secretaria de Estado da Cultura
João Casilo – cônsul honorário da Bélgica
Maurício Appel – representante da família Ferrari Lago
Tangriani Simoni Assmam – vice-reitora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Vidal Martins – vice-reitor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Luna do Rio Apa – artista plástica que produziu a releitura de No Exílio, de João Turin
Rafael Sartori – escultor
Carlos Eduardo Romário Martins Maciel – neto de Romário Martins
Elisabeth Turin – sobrinha-neta do escultor João Turin
Wilson Anderssen Balão – bisneto do pintor Alfredo Andersen
Beatriz Stresser – neta de Augusto Stresser
Rodolpho Doubek – filho do pintor Rodolpho Doubek
Serviço: Exposição Curitiba, Capital do Paranismo
Local: Memorial de Curitiba (R. Claudino dos Santos, 79, São Francisco)
Horário: de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 18h. Sábados e domingos, das 9h às 15h
Gratuito