Neste mês, duas campanhas de conscientização destacam a importância do diagnóstico de cânceres que estão entre os mais incidentes na população brasileira. O Março Azul-marinho atenta para o câncer colorretal, também denominado de câncer de cólon e reto, e o Março Lilás, sobre o câncer de colo de útero.
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), excluindo os casos de câncer de pele não melanoma, o câncer colorretal é o segundo mais incidente, tanto em homens quanto em mulheres. Já o câncer de colo de útero é o terceiro mais frequente na população feminina.
Cirurgiões oncológicos do Hospital São Vicente Curitiba explicam mais sobre esses dois tipos de cânceres, que podem ter suas lesões precursoras detectadas em exames, ou seja, antes que evoluam para um tumor.
Câncer de cólon e reto
Conhecido também como câncer colorretal, o câncer de cólon e reto forma tumores que podem afetar o intestino grosso. Geralmente, os sintomas são silenciosos em estágios iniciais, contudo alguns sinais podem ser um alerta. “Em alguns casos podem ocorrer sangue nas fezes, mas existem outras situações com os mesmos sintomas, como hemorroidas ou divertículos, por isso sempre é necessária uma investigação para descartar um câncer”, salienta o cirurgião oncológico do Hospital São Vicente Curitiba, Dr. Marciano Anghinoni.
À medida em que o câncer de cólon e reto progride, a pessoa pode apresentar prisão de ventre e diarreia, cólica, distensão e dor abdominal, fezes finas, náuseas, perda de peso sem motivo, fraqueza e anemia. “Esses sintomas denotam que algo está errado. Em um estágio mais avançado, o tumor pode causar ainda uma obstrução intestinal, que já é um caso de emergência médica”, observa o cirurgião oncológico.
Dr. Marciano Anghinoni explica que a cirurgia é a parte principal do tratamento. A colostomia, quando a pessoa precisa usar uma bolsa para coletar as fezes, é feita somente em alguns casos bem específicos. “Quando o tumor está mais avançado no reto e muito próximo ao ânus é necessário tirar toda essa parte do intestino e o paciente precisará usar definitivamente a bolsa de colostomia. Mas, hoje, os colostomizados também conseguem ter uma boa qualidade de vida”, assegura o médico.
O diagnóstico precoce ainda é o melhor tratamento, pois grande parte dos tumores de cólon e reto se origina dos pólipos. “Os pólipos são lesões benignas, mas percussoras, ou seja, se não forem removidos, alguns podem evoluir para um câncer”, diz o cirurgião oncológico. A detecção dos pólipos é feita pela colonoscopia. Quando encontrados, eles já são retirados durante o próprio exame, que é recomendado a partir dos 50 anos. “Mas, atualmente, já se indica fazer o exame a partir dos 40 anos, pois está se observando o aumento da incidência desse tipo de câncer em pacientes mais jovens”, revela Dr. Marciano Anghinoni.
Câncer de colo de útero
As lesões precursoras do câncer de colo de útero também podem ser identificadas em um exame, o conhecido preventivo ou Papanicolau, pelo qual ainda é possível fazer o diagnóstico precoce da doença quando ela já se desenvolveu.
É a partir dos resultados do exame que pode se detectar o câncer de colo de útero. Quando ele apresenta alguma alteração, a mulher precisa realizar o exame de colposcopia. “É um exame parecido com o Papanicolau, mas realizado com lente de aumento, que amplia o campo de visão e consegue se fazer biópsia”, revela o cirurgião oncológico do Hospital São Vicente Curitiba, Dr. Fábio Fin.
Quando é diagnosticada somente uma lesão precursora, o tratamento consiste na retirada dessa por meio de procedimento cirúrgico. Já quando é detectado o câncer, embora muitas mulheres acreditem que sempre é necessário retirar o útero, o tipo de tratamento varia muito de acordo com cada caso e também do desejo da paciente em ser mãe ou não.
“Todas as opções de tratamento sempre são muito discutidas com a paciente. Em mulheres que não querem ter filhos, retiramos totalmente o útero. Se a paciente tem o desejo de ter filho e quando a lesão é inicial pode se ofertar um tratamento cirúrgico curativo, preservando a fertilidade, com mesmas taxas de cura de uma paciente que não quer ter filhos e escolhe retirar o útero”, explica Dr. Fábio Fin. “Em casos de câncer mais avançado, geralmente há indicação de radioterapia ou quimioterapia. Mas tudo sempre dependerá também do estágio em que está o câncer”, ressalta.
A grande maioria dos casos de câncer de colo de útero se origina na infecção persistente do HPV (Papilomavírus Humano), um vírus prevalente na população e que não tem sintomas. “Alguns estudos demonstram que o HPV está presente em mais de 95% dos casos de câncer de colo de útero”, diz o cirurgião oncológico.
Desde 2014, já existe disponível no SUS a vacina contra o HPV para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. “A taxa de evolução de uma lesão para câncer é baixa em quem toma a vacina contra o HPV. Mas, infelizmente, a adesão a essa vacina ainda é baixa”, observa.
Para quem já passou da adolescência, o cirurgião oncológico comenta que pode ser recomendado tomar a vacina. “A princípio, a vacina ainda poderia ser aplicada em pessoas até 29 anos e alguns estudos ainda apontam até 45 anos. Claro que efetividade é maior em adolescentes que ainda não tiveram contato com o vírus. Mas, vale a pena conversar com o médico para saber se é indicada em seu caso ou não”, orienta Dr. Fábio Fin.
Sobre o Grupo Hospitalar São Vicente-FUNEF
O Grupo Hospitalar São Vicente-FUNEF, formado pelo Hospital São Vicente Curitiba, fundado em 1939, e pelo Hospital São Vicente CIC, inaugurado em 1973, atende a diversas especialidades, sempre pautado pela qualidade e pelo tratamento humanizado. Referência em transplantes de fígado e rim e nas áreas de Oncologia e Cirurgia, desde 2002 o Grupo é mantido pela Fundação de Estudos das Doenças do Fígado Kotoulas Ribeiro (FUNEF).
O Hospital São Vicente Curitiba é um hospital geral de alta complexidade. Em uma estrutura moderna, conta com pronto-atendimento, centros médico, cirúrgico e de exames, UTI, unidades de internação e centro de especialidades. Possui o selo de certificação intermediária de transplantes hepático e renal da Central Estadual de Transplantes do Paraná e seu programa de Residência Médica é credenciado pelo Ministério da Educação (MEC) nas especialidades de Cirurgia Geral, Cirurgia Digestiva, Cancerologia Cirúrgica e Radiologia.
A instituição integra ainda a lista de estabelecimentos de saúde que atendem ao padrão de qualidade exigido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, órgão regulador vinculado ao Ministério da Saúde. Mais informações no site www.saovicentecuritiba.com.br.